Lula diz que presença dos EUA no Caribe é 'fator de tensão'

Pouco antes, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que esperava 'que os países membros do BRICS e outros países da região sul-americana assumam uma posição firme e condenem as ações hostis dos EUA'. Durante a reunião virtual dos Brics nesta segunda-feira (8), o presidente Lula comentou rapidamente sobre a presença das Forças Armadas dos Estados Unidos no mar do Caribe. A situação tem sido visto como uma ameaça contra a Venezuela. 'A presença de Forças Armadas da maior potência do mundo no mar do Caribe é fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região', afirmou, na abertura da teleconferência. Pouco antes, a Venezuela estreitou laços com o Irã, país que sofreu ataque americano contra suas bases nucleares há alguns meses. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (8) após uma conversa por telefone entre os ministros das Relações Exteriores dos dois país. Na conversa, que teve participação de Seyed Abbas Araghchi e Yván Gil, ambos teriam conversado sobre as ameaças americanas na América Latina. Em meio a isso, Gil afirmou que esperava 'que os países membros do BRICS e outros países da região sul-americana assumam uma posição firme e condenem as ações hostis dos EUA'. 'Referindo-se ao aumento das ameaças ilegais dos EUA contra seu país, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela apresentou um relatório sobre a situação atual na região. Ao mesmo tempo em que reconheceu a posição de princípio do Irã na defesa dos princípios e objetivos da Carta das Nações Unidas e a necessidade de respeitar a soberania nacional e a integridade territorial da Venezuela, enfatizou que o governo e o povo venezuelanos defenderão sua independência, soberania nacional e direito à autodeterminação com firme determinação. Expressou também a esperança de que os países membros do BRICS e outros países da região sul-americana assumam uma posição firme e condenem as ações hostis dos EUA', diz o texto divulgado pelo Irã. Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil. Reprodução Gil denunciou o aumento de ameaças militares, incluindo o envio de forças dos EUA para a costa venezuelana, o que foi interpretado como uma manobra de 'intimidação com o objetivo de invadir a Venezuela'. Na semana passada, Lula afirmou que o Brasil não tomará partido na crise entre os Estados Unidos e a Venezuela. Em entrevista ao SBT, Lula disse que o país “vai ficar do lado da paz” e defendeu que eventuais divergências sejam resolvidas por meio do diálogo. "O Brasil vai ficar no lado que ele sempre esteve, no lado da paz. O Brasil é um país que não tem contencioso internacional, nem queremos contencioso internacional. O Brasil entende que a guerra não leva a nada a não ser a matança e o empobrecimento. Se tem divergência entre duas nações, não tem coisa melhor, mais barata para se resolver do que sentar numa mesa de negociação e conversar. Então o país ficará do lado da paz outra vez." Lula, presidente do Brasil, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Ricardo Stuckert/PR Reunião do Brics Em comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto, o grupo reafirmou o compromisso em defesa do multilateralismo da reforma das instituições internacionais. O Brasil, por exemplo, defende a reformulação do Conselho de Segurança da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante o encontro, os países do Brics fizeram um balanço da conjuntura global e destacaram a necessidade de construir uma ordem internacional mais justa, equilibrada e inclusiva, capaz de refletir melhor as demandas das nações do sul global. Presidente Lula na cúpula do Brics Mauro PIMENTEL / AFP Durante a reunião, segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os países discutiram os riscos das tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump. Também foi debatida a ampliação de mecanismos de solidariedade e de intercâmbio comercial entre os membros do bloco — uma orientação do presidente Lula, que tem defendido o fortalecimento das relações comerciais dentro do Brics como forma de mitigar os efeitos das barreiras tarifárias sobre a economia brasileira. Os líderes também trataram das preparações para eventos internacionais importantes, como a Assembleia Geral da ONU, que acontece no fim deste mês, a COP30, marcada para novembro no Brasil, e a cúpula do G20, prevista ainda para este ano. Presidente Lula Ton Molina/Fotoarena/Agência O Globo

Lula diz que presença dos EUA no Caribe é 'fator de tensão'

Pouco antes, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que esperava 'que os países membros do BRICS e outros países da região sul-americana assumam uma posição firme e condenem as ações hostis dos EUA'. Durante a reunião virtual dos Brics nesta segunda-feira (8), o presidente Lula comentou rapidamente sobre a presença das Forças Armadas dos Estados Unidos no mar do Caribe. A situação tem sido visto como uma ameaça contra a Venezuela. 'A presença de Forças Armadas da maior potência do mundo no mar do Caribe é fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região', afirmou, na abertura da teleconferência. Pouco antes, a Venezuela estreitou laços com o Irã, país que sofreu ataque americano contra suas bases nucleares há alguns meses. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (8) após uma conversa por telefone entre os ministros das Relações Exteriores dos dois país. Na conversa, que teve participação de Seyed Abbas Araghchi e Yván Gil, ambos teriam conversado sobre as ameaças americanas na América Latina. Em meio a isso, Gil afirmou que esperava 'que os países membros do BRICS e outros países da região sul-americana assumam uma posição firme e condenem as ações hostis dos EUA'. 'Referindo-se ao aumento das ameaças ilegais dos EUA contra seu país, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela apresentou um relatório sobre a situação atual na região. Ao mesmo tempo em que reconheceu a posição de princípio do Irã na defesa dos princípios e objetivos da Carta das Nações Unidas e a necessidade de respeitar a soberania nacional e a integridade territorial da Venezuela, enfatizou que o governo e o povo venezuelanos defenderão sua independência, soberania nacional e direito à autodeterminação com firme determinação. Expressou também a esperança de que os países membros do BRICS e outros países da região sul-americana assumam uma posição firme e condenem as ações hostis dos EUA', diz o texto divulgado pelo Irã. Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil. Reprodução Gil denunciou o aumento de ameaças militares, incluindo o envio de forças dos EUA para a costa venezuelana, o que foi interpretado como uma manobra de 'intimidação com o objetivo de invadir a Venezuela'. Na semana passada, Lula afirmou que o Brasil não tomará partido na crise entre os Estados Unidos e a Venezuela. Em entrevista ao SBT, Lula disse que o país “vai ficar do lado da paz” e defendeu que eventuais divergências sejam resolvidas por meio do diálogo. "O Brasil vai ficar no lado que ele sempre esteve, no lado da paz. O Brasil é um país que não tem contencioso internacional, nem queremos contencioso internacional. O Brasil entende que a guerra não leva a nada a não ser a matança e o empobrecimento. Se tem divergência entre duas nações, não tem coisa melhor, mais barata para se resolver do que sentar numa mesa de negociação e conversar. Então o país ficará do lado da paz outra vez." Lula, presidente do Brasil, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Ricardo Stuckert/PR Reunião do Brics Em comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto, o grupo reafirmou o compromisso em defesa do multilateralismo da reforma das instituições internacionais. O Brasil, por exemplo, defende a reformulação do Conselho de Segurança da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Durante o encontro, os países do Brics fizeram um balanço da conjuntura global e destacaram a necessidade de construir uma ordem internacional mais justa, equilibrada e inclusiva, capaz de refletir melhor as demandas das nações do sul global. Presidente Lula na cúpula do Brics Mauro PIMENTEL / AFP Durante a reunião, segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os países discutiram os riscos das tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump. Também foi debatida a ampliação de mecanismos de solidariedade e de intercâmbio comercial entre os membros do bloco — uma orientação do presidente Lula, que tem defendido o fortalecimento das relações comerciais dentro do Brics como forma de mitigar os efeitos das barreiras tarifárias sobre a economia brasileira. Os líderes também trataram das preparações para eventos internacionais importantes, como a Assembleia Geral da ONU, que acontece no fim deste mês, a COP30, marcada para novembro no Brasil, e a cúpula do G20, prevista ainda para este ano. Presidente Lula Ton Molina/Fotoarena/Agência O Globo